Guerras

 Cada vez mais tem se ouvido falar sobre guerra, principalmente com as constantes investidas da Rússia contra a Ucrânia, é uma realidade desoladora, repleta de sofrimento e de mortes, isso é inegável. No entanto, cabe a nós pensarmos sobre outros conflitos da atualidade para percebermos que infelizmente guerras não são uma realidade tão distante quanto acreditávamos.

Conflitos sempre fizeram parte da trajetória humana ao longo da história. Até mesmo no período pré-escrita, comumente conhecido como pré-histórico, temos noções de que os povos guerreavam por território, por recursos e por diversos outros fatores. A guerra está presente na natureza. Porém mesmo sendo algo presente na natureza os conflitos passam a ter um sentido perverso quando cometidos por seres humanos em plena modernidade, e até mesmo nos períodos do desenvolvimento daquilo que conhecemos como "civilização".

A perversidade das guerras humanas se dá a partir da sua motivação e da sua intencionalidades. Governos em busca de saciar sua sede por poder declaram guerras a seus vizinhos, mesmo que não através do uso de armas, uma guerra nunca se inicia pelo uso de armas. Antes do primeiro disparo armado são dados os disparos culturais. Antes de matarem diretamente populações estrangulam suas economias e suas possibilidades de crescimento. A sempre a deslegitimação de um povo antes da sua destruição por parte dos "vencedores". Mas uma frase uma vez dita em um canal do YouTube nos ensina: os vitoriosos escrevem a história, menos quando os vencidos sabem escrever.

Longe de querer minimizar ou relativizar o sofrimento dos civis e refugiados ucranianos, mas temos que nos questionar por que outros conflitos ao redor do mundo não são noticiados pela mídia tradicional com tanta ênfase como no caso ucraniano. Claro que temos o fator nuclear na Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e China, principais figuras do conflito. Mas por que não são noticiados da mesma forma conflitos na África ou no Oriente Médio, consequência das ações americanas e soviéticas nas décadas de 80 e 90, ou as guerras geopolíticas também na África, reflexo da herança colonialista no continente.

Guerras na América não são irreais. No Brasil e em países vizinhos temos guerras contra narcotraficantes e milícias militares e paramilitares, temos morros e favelas dominados por traficantes em uma guerra com abusos cometidos pela força policial e pelos bandidos. Temos uma guerra contra o direito de viver e amar com liberdade. Milhares são mortos por terem um modo de amar diferente, por se atraírem por pessoas do mesmo sexo, por se identificarem como o sexo oposto ao seu sexo biológico. Somos bombardeados também por guerras ideológicas e político-partidárias.

As populações indígenas brasileiras estão morrendo, aos milhares e de diversas formas. Seja por assassinato, por envenenamento de populações inteiras ou por invasões de terras pelo agronegócio, pelo garimpo e até mesmo pelo desmatamento ilegal.

Na Ucrânia, no Oriente Médio, na África, na Ásia, no mundo, em todos os lugares existem conflitos nefastos que devem ser combatidos. Olhemos para o todo e não apenas seletivamente. Tenhamos empatia humana e não apenas uma empatia que restringe o olhar aos europeus, olhemos também para quem está do nosso lado. O sofrimento do outro não nos deve  ser indiferente.

Os jovens estão aqui. Nos notem! Nos vejam! Nos ouçam!


Pandemia de Covid-19 em 2022

Pandemia de Covid-19 em 2022


Não raramente vemos cada vez mais relaxamentos e flexibilizações nas medidas de prevenção. Em vários estados do país está se repetindo uma realidade que era esperada por muitos e que já vinha acontecendo em outras partes do mundo, como na Europa, por exemplo. A dezobrigatiroriedade do uso de máscaras em vias públicas nos mostra que a pandemia, mesmo que aos poucos está sendo superada. No entanto essas mudanças devem nos fazer refletir sobre se realmente é a hora de relaxar cem por cento.

Flexibilizações não significam o desaparecimento do vírus. O corona e suas mutações ainda existem e ainda circulam por aí. Num comparativo entre o início da pandemia e o agora temos um saldo de informações sobre o vírus, mesmo que não muitas. Em 2019 não sabíamos muito sobre o vírus, não sabíamos como combatê-lo, não tínhamos ideia do seu nível de letalidade, hoje, após três anos de pandemia já temos uma boa quantidade de estudos científicos sobre o mesmo e já começamos a ter uma noção de como trabalharmos em cima do vírus.

A quarentena e todas as medidas restritivas causadas pela Covid acentuou crises da sociedade moderna. Cada vez mais as crises econômicas mundiais foram agravadas, nos direcionarmos especificamente ao Brasil, o número de desempregados teve um aumento exponencial, os pobres ficaram cada vez mais pobres, em contrapartida os patrões e ricos ficaram cada vez mais ricos. Tudo isso se amplifica quando pensamos nas pessoas em situação de rua que não possuem um trabalho formal.

Outra grave característica agravada durante o isolamento social foi a violência doméstica, infelizmente uma marca da sociedade brasileira, forjada a partir de uma estrutura patriarcal extremamente machista. Com a realidade de isolamento social muitas mulheres se viram literalmente encarceradas com seus agressores. Se em uma realidade pré-pandemia onde as mulheres e crianças já eram caladas ou deslegitimadas pela sociedade quando dito que as agressões eram cometidas pelas figuras masculinas, na realidade pandemia sem a possibilidade de se relatarem essas agressões tudo se agrava.

Fora todas essas graves percepções ainda temos um escalada nos relatos de casos de racismo. Pessoas sendo mortas por questões raciais em todo o mundo, seja por pessoas extremistas ou mesmo pela ação do estado através das forças policiais. Nessa mesma barca podemos elencar também relatos de vários casos de xenofobia, LGBTfobia e todas as outras formas de violência contra as minorias.

Não podemos também deixar de lado a tensão ocorrida na Ucrânia em relação a guerra desencadeada pela invasão da Rússia e sua guerra contra o ocidente, que já vinha se delineando desde 2014 e que teve seu estopim na invasão a Ucrânia com pretexto de autopreservação contra o avanço da OTAN. Em um contexto d guerra muitos perdem, mas os principais afetados cabe ressaltar são os integrante da população civil. As tensões da guerra causam graves crises humanitárias e consequentemente graves crises econômicas, que em um mundo globalizado causam um colapso em cadeia.

O que nos resta é esperar as cenas dos próximos capítulos, na esperança de mudanças de perspectivas, e de mudanças para melhor.

Os jovens estão aqui. Nos notem! Nos vejam! Nos ouçam!


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