Pandemia e Reflexos na Educação

Pandemia e Reflexos na Educação

Após muito tempo sem postagens nós do BFAM iremos retornar, pra felicidade e alegria geral da nação.

Como alguns sabem, e está na biografia do Blogue, eu sou acadêmico do curso de História, uma das licenciaturas da Universidade Regional do Cariri, e como é obrigatório em todos os cursos de Formação de Professores eu passei por disciplinas de estágio em sala de aula. Até o momento foram quatro estágio, respectivamente: Estágio I (100% de formação teórica em sala de aula, um preparatório para os estágio de fato), Estágio II (em espaços não formais de ensino, ou seja, em espaços não tradicionais de aula, como museus, arquivos, centros de documentação, centros culturais, bibliotecas, etc), Estágio III (estágio de observação em Ensino Fundamental II, onde, como o nome diz, o licenciando irá observar e refletir a prática pedagógica de um professor titular e terá um primeiro contato real com as dinâmicas de sala de aula), Estágio IV (como um complemento do estágio anterior esse estágio coloca o estagiário na situação de professor de fato, tendo que reger a sala durante uma determinada carga horária, nesse instante o universitário fica a cargo de todas as partes da licenciatura: registro de aula, plano de aula, domínio de sala, elaboração de atividades, exposição de conteúdos, etc.) e o Estágio V (voltado a observação e regência em Ensino Médio).

Este semestre tomei a decisão de cursar os estágio III e IV simultaneamente, com o campo de estágio sendo a escola onde cursei o Ensino Fundamental II, atualmente também conhecido como Anos Finais a partir da nova Base Nacional Comum Curricular. Esta escola situa-se na zona rural de Santana do Cariri, sendo a maior escola do município tanto em estrutura física quanto em numero de alunos. O Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental José Jucá de Sousa Castro sempre teve um excelente desempenho em avaliações internas e externas, sempre houveram alunos com rendimentos abaixo da média, mas nada muito gritante. Pelo menos era o que ocorria em anos anteriores.

Diário de Bordo do estágio de observação, um dos resultados finais da experiência de estágio onde traço observações e reflexos sobre o mesmo

Desde o começo pesquisadores, educadores e observadores apontavam que a pandemia de Corona Vírus deixaria sequelas na educação brasileira, e eu pude constatar isso na prática ao realizar o estágio. A aprendizagem de nossas crianças mostra-se defasada. Isso mostra-se como reflexo direto da pandemia. Temos muitos alunos que não sabem escrever ou ler, isso em etapas finais do ensino médio. Temos também uma defasagem enorme na leitura crítica, os alunos não conseguem extrair informações básicas de textos. Isso deve-se a falta de conhecimentos básicos, mas também deve-se a falta de interesse por parte dos alunos. Podemos perceber que há uma grande desmotivação de modo geral na educação.

Aulas remotas, blocos de atividade, vídeo-aulas de terceiros, alunos fantasmas, falta de acompanhamento por parte dos pais e aulas desinteressantes foram os principais fatores, dentro da educação, que nos fizeram chegar a esse ponto. Falo com conhecimento de causa, pois no período de Pandemia fui professor de reforço de alguns alunos da rede pública e da rede privada e pude ver de perto como se davam as aulas, a forma como os conteúdos eram apresentados e principalmente a estrutura das atividades em ambos os casos.

Diário de Bordo do estágio de regência, onde trago algumas reflexões sobre a experiência do exercício da docência neste momento.

A quem devemos atribuir a culpa? Aos professores? Aos Alunos? Aos pais? Não faremos aqui uma caça as bruxas apontado culpados, no entanto cabe refletirmos que estávamos todos inseridos em uma nova realidade, nenhum dos envolvidos estava preparado ou tinha tempo hábil para se preparar para a nova realidade que se apresentava. O principal culpado é o Vírus! Mas temos que estar cientes da parcela de culpa que cada um teve nessa defasagem. Tínhamos uma realidade de aulas, por vezes, desinteressantes, professores que não tinham domínio das novas ferramentas da educação e uso de uma linguagem não atrativa para os alunos. Ao mesmo tempo tínhamos alunos que já apresentavam uma familiaridade com computadores, notebooks, tablets e smarphones, claro que não todos, mas uma parcela considerável, os esmos conheciam estratégias de pesquisa na internet, o famoso Control C, Control V. Muitos entravam nas salas virtuais, desligavam suas câmeras e microfones e iam jogar jogos de celular. E em relação aos pais, mais precisamente as mães, não havia a possibilidade de acompanhamento dos filhos durante as aulas devido a correria e os afazeres de casa.

Podemos entender essa defasagem como resultado da convergência de um grande número de fatores que surgem como reflexo da pandemia, e que infelizmente levará anos e exigirá um esforço coletivo enorme para ser reparado. Se faz necessário um trabalho coletivo entre Escola, Família e Sociedade em favor da educação e da motivação de professores e alunos.

Os jovens estão aqui. Nos notem! Nos vejam! Nos ouçam!

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